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quarta-feira, 17 de abril de 2013

OS HOSPITAIS MEDIEVAIS DE LISBOA - Hospital dos Pescadores linheiros


Um dos autores consultados situa este hospital em Alfama, freguesia de Santo Estevão, às Portas da Cruz, no cruzamento da Rua do Paraiso com as Portas da Cruz.[1] Sabemos que teria três camas, sendo sustentado pelos pescadores linheiros apenas em camas e casa.[2]
O projecto designado por Marcas das Ciências e das Técnicas pelas Ruas de Lisboa, da autoria da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, refere-se a esta instituição como sendo o “Hospital dos Pescadores, Linheiros, Tecelões e Tanoeiros”.[3] Do nosso ponto de vista, esta designação carece de rigor, uma vez que encontrámos outros hospitais de pescadores em Lisboa (Cata-que-farás, Nossa Senhora dos Remédios), um hospital de Tecelões localizado na Rua da Manga Lassa e um hospital de Tanoeiros situado no Poço do Chão.
Consideramos, no entanto, como certa a sua localização na Rua do Paraíso, na Freguesia de S. Vicente de Fora,[4] correspondendo ao actual nº 55; na verdade, este edifício conserva ainda sobre a porta uma placa ostentando um “S” invertido; este símbolo é de difícil interpretação, mas encontramos uma simbologia semelhante referida ao Hospital de Todos-os-Santos;[5] a simbologia poderia, assim, identificar o edifício como anexo ao Hospital de Todos-os-Santos, pelo que, embora sem provas documentais, possibilita a relação com o edifício hospitalar pertencente à confraria dos pescadores linheiros referenciado por Fernando da Silva Correia.

R. do Paraíso nº 55

Placa indicativa de edifício pertencente ao Hospital Real de Todos-os-Santos (?)



[1] Fernando da Silva Correia, Os Velhos Hospitais da Lisboa Antiga, Revista Municipal nº 10, Câmara Municipal de Lisboa, 1941, p. 11
[2] Cristóvão Rodrigues de Oliveira, Lisboa em 1551 - Sumário (em que brevemente se contêm algumas coisas assim eclesiásticas como seculares que há na cidade de Lisboa), Livros Horizonte, 1987, p. 63
[3] http://marcasdasciencias.fc.ul.pt/pagina/fichas/objectos/dominio?por=60&i=60
[4] http://marcasdasciencias.fc.ul.pt/pagina/fichas/objectos/freguesia?id=1618
[5] Augusto da Silva Carvalho, Crónica do Hospital de Todos-os-Santos - 1949, Edição do V Centenário da Fundação do Hospital Real de Todos-os-Santos, Lisboa, 1992, capa

Aniversário do Blog "Histórias de Lisboa Antiga"!

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Considerando que está escrito em Português e que os assuntos tratados estão ainda num campo restrito de investigação, é com grande satisfação que observo a disseminação verificada.
Na procura de melhoria, pretende-se adicionar, para além da diversificação de temas, a tradução dos textos para Inglês e Francês.
O ponto negativo encontrado foi a ausência de comentários aos textos publicados. Pretende-se que o blog seja um local de troca de informação e opinião; resta-me pois apelar para que todos participem!

Obrigada!

sábado, 6 de abril de 2013

OS HOSPITAIS MEDIEVAIS DE LISBOA - Hospital de Nossa Senhora dos Remédios e de Santo Estevão


Existem algumas discrepâncias em relação a este hospital, pertencente aos pescadores “chrischeyros” e situado na Alfama; enquanto um autor o situa na freguesia de S. Miguel,[1] o Sumário referencia-o na freguesia de Santo Estêvão, com uma ermida associada onde se dizia missa, designada por ermida de Nossa Senhora dos Remédios, referindo que tinha onze camas para mulheres pobres, as quais os chincheiros sustentavam apenas de camas e casa.[2] É certo que as duas freguesias são vizinhas e a actual Ermida de Nossa Senhora dos Remédios se localiza em Santo Estevão; no entanto, esta ermida, estando associada a um hospital de pescadores, foi construída em 1517, o que nos põe em dúvida se existiria previamente um hospital com outra localização, embora próxima.
A devoção de Nossa Senhora dos Remédios liga-se a uma lenda, segundo a qual um pescador de Alfama teria encontrado dentro de um poço uma imagem de Nossa Senhora, sendo que a água proveniente desse poço tinha propriedades curativas. Dedicada ao Espírito Santo, a ermida foi construída junto ao poço, associando-se ainda a construção de um hospital, a mando da confraria de S. Pedro Telmo, constituída por pescadores. O hospital terá funcionado até 1755, altura em que o grande terramoto o deixou muito danificado, não tendo sido reconstruído; a capela, também conhecida por ermida do Espírito Santo, foi reedificada pela confraria, sendo possível actualmente apreciar o seu magnífico portal manuelino polilobado, classificado como monumento nacional.[3]

Portal da Capela de Nossa Senhora dos Remédios na Rua dos Remédios

[1] Fernando da Silva Correia, Os Velhos Hospitais da Lisboa Antiga, Revista Municipal nº 10, Câmara Municipal de Lisboa, 1941, p. 11
[2] Cristóvão Rodrigues de Oliveira, Lisboa em 1551 - Sumário (em que brevemente se contêm algumas coisas assim eclesiásticas como seculares que há na cidade de Lisboa), Livros Horizonte, 1987, p. 63
[3] http://www.igespar.pt/en/patrimonio/pesquisa/geral/patrimonioimovel/detail/70628/

quinta-feira, 4 de abril de 2013

OS HOSPITAIS MEDIEVAIS DE LISBOA - Hospital de São Vicente dos Romeiros ou S. Vicente dos Meninos


Muito pouco se sabe desta instituição situada na freguesia da Sé, junto à Porta do Ferro e que foi incorporada no Hospital de Todos-os-Santos.[1]
A Porta do Ferro, também designada por Porta do Ocidente (Bab al-Garb) ou Porta Maior (Bab al-Kabir), pertencia à Cerca Moura, situando-se no local onde hoje é o Largo de Santo António da Sé; era, ao tempo árabe, a principal entrada da Medina, tendo tomado mais tarde o nome de Arco de Nossa Senhora da Consolação, que foi destruído no terramoto de 1755.[2]


[1] Fernando da Silva Correia, Os Velhos Hospitais da Lisboa Antiga, Revista Municipal nº 10, Câmara Municipal de Lisboa, 1941, p. 11
[2] Gabinete de Estudos Olisiponenses, A Cerca de Al-Usbuna, em http://geo.cm-lisboa.pt/fileadmin/GEO/Imagens/GEO/Cerca_Moura_site/Cerca_moura_visita.pdf

OS HOSPITAIS MEDIEVAIS DE LISBOA - Hospital dos Tecelões


Sabemos apenas que este hospital se encontrava localizado na Rua da Mangalaça ou Rua de Manga Lassa, freguesia de Santa Justa. Foi incorporado no Hospital de Todos-os-Santos.[1] A Rua de Manga Lassa é registada por Cristóvão Rodrigues de Oliveira,[2] mas não se encontram indicações da sua localização precisa na freguesia.


[1] Fernando da Silva Correia, Os Velhos Hospitais da Lisboa Antiga, Revista Municipal nº 10, Câmara Municipal de Lisboa, 1941, p. 11
[2] Cristóvão Rodrigues de Oliveira, Lisboa em 1551 - Sumário (em que brevemente se contêm algumas coisas assim eclesiásticas como seculares que há na cidade de Lisboa), Livros Horizonte, 1987, p. 20