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terça-feira, 8 de janeiro de 2013

OS HOSPITAIS MEDIEVAIS DE LISBOA - Hospital de Santa Maria das Mercês:


Considerado o hospital dos carpinteiros, correeiros, odreiros e pedreiros, estava localizado, segundo diferentes versões, às Pedras Negras (que seria freguesia da Madalena) ou na Caldeiraria(?), freguesia de S. Nicolau. Parece-nos esta última hipótese como mais viável, uma vez que era gerido por uma irmandade da mesma invocação, a Irmandade de Nossa Senhora das Mercês, que pertencia à paróquia de S. Nicolau. Encontramos ainda uma referência a um Hospital de Santa Maria, dos sapateiros e odreiros, como local de execução de uma escritura de emprazamento em 1493,[1] que podemos interpretar como sendo a mesma instituição, embora não seja possível a sua confirmação nos documentos compulsados.
Foi o Hospital de Santa Maria das Mercês incorporado no Hospital de Todos-os-Santos,[2] cerca de 1503.
Parece que este hospital teve em anexo a Albergaria dos Sapateiros, da qual já existe referência no ano de 1283, localizando-a junto à rua dos Maçolgadores na rua dos Correeiros.[3] A Albergaria também é referenciada com a localização na Rua de São Nicolau (?), na freguesia com o mesmo nome,[4] sabendo-se que existiu pelo menos até 1340.[5] As diferentes localizações são difíceis de comprovar, faltando-nos claras referências toponímicas do período estudado; tanto é possível ter a albergaria mudado de localização como terem existido diversos nomes para designar o mesmo arruamento em épocas diversas.


[1] Mário Carmona, O Hospital Real de Todos-os-Santos da Cidade de Lisboa, 1954, p. 54-55
[2] Fernando da Silva Correia, Os Velhos Hospitais da Lisboa Antiga, Revista Municipal nº 10, Câmara Municipal de Lisboa, 1941, p. 10-11
[3] Carlos Guardado da Silva, Lisboa Medieval – a organização a e estruturação do espaço urbano, Lisboa, Edições Colibri, 2008, p. 282
[4] IANT/TT, Chancelaria de D. Pedro, Doc. 1128, fl 534, 1366 Agosto 19, citado por Carlos Guardado da Silva, Lisboa Medieval – a organização a e estruturação do espaço urbano, Lisboa, Edições Colibri, 2008, p. 254
[5] Vieira da Silva, As Muralhas da Ribeira de Lisboa, 2ª ed., Vol. I, Câmara Municipal de Lisboa, 1940, p. 160-161

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