Após
a vitória na conquista de Alcácer do Sal com a ajuda dos trinitários franceses,
entendeu D. Afonso II premiar os trinos, em 1217, com a
ermida de Santa Catarina e terrenos circundantes no arrabalde de Lisboa, para
que aí instituíssem um convento. Em Fevereiro de 1218 chega a Lisboa um grupo
de frades da Ordem dos Trinos da Redenção dos Cativos, provenientes de
Santarém, onde tinham principiado um albergue e um hospital. Junto à ermida se
construiu então um reduzido albergue e um hospitalinho, para enfermos e
peregrinos.[1]
Assim se fundou o Convento da Santíssima Trindade de Lisboa em 1218,
sendo prior Frei Mateus Anes.[2]. A ordem religiosa,
igualmente designada por Ordem da Santíssima Trindade do Resgate dos Cativos,
uma vez que se dedicava à libertação dos prisioneiros e dos escravos cristãos
em posse dos muçulmanos, foi vivendo no pequeno convento até que, anos mais
tarde, a Rainha Santa Isabel o resolveu ampliar a suas expensas e Frei Estevão
Soeiro ordenou a construção de um novo hospital para enfermos, peregrinos e
cativos remidos. No hospital foi então instituída a Confraria da Santíssima
Trindade, na qual foram primeiros confrades o próprio rei D. Diniz e seu filho
D. Afonso (que viria mais tarde a ser D. Afonso IV).[3] A confraria, que mais
tarde viria a ser administrada pelos Cordoeiros, tinha como Compromisso a
assistência aos enfermos no hospital do mosteiro.[4] O mosteiro tinha também
anexa uma Albergaria.[5]
Em Janeiro de 1531, Lisboa foi sacudida por dois
terramotos dos quais resultou destruição da cidade semelhante à de 1755; parece
que houve estragos no mosteiro da Trindade, que se foram agravando até se
iniciarem obras em 1569, com a construção de uma nova igreja; a primitiva
capela de Santa Catarina foi demolida em 1564.
[1]
Gustavo de Matos Sequeira, O Carmo e a
Trindade, subsídios para a história de Lisboa, vol. 1, Câmara Municipal de
Lisboa, 1939, p. 6-9
[2]
Arquivo Nacional Torre do Tombo, em http://digitarq.dgarq.gov.pt
[3]
Gustavo de Matos Sequeira, O Carmo e a
Trindade, subsídios para a história de Lisboa, vol. 1, Câmara Municipal de
Lisboa, 1939, p. 11-13
[4]
Gustavo de Matos Sequeira, O Carmo e a
Trindade, subsídios para a história de Lisboa, vol. 1, Câmara Municipal de
Lisboa, 1939, p. 52
[5]
Fernando da Silva Correia, Os Velhos
Hospitais da Lisboa Antiga, Revista Municipal nº 10, Câmara Municipal de
Lisboa, 1941, p. 11
[6] Fernando
da Silva Correia, Os Velhos Hospitais da
Lisboa Antiga, Revista Municipal nº 10, Câmara Municipal de Lisboa, 1941,
p. 12
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