Considerado o hospital dos carpinteiros, correeiros, odreiros e
pedreiros, estava localizado, segundo diferentes versões, às Pedras Negras
(que seria freguesia da Madalena) ou na Caldeiraria(?), freguesia de S. Nicolau.
Parece-nos esta última hipótese como mais viável, uma vez que era gerido por
uma irmandade da mesma invocação, a Irmandade de Nossa Senhora das Mercês, que
pertencia à paróquia de S. Nicolau. Encontramos ainda uma referência a um Hospital
de Santa Maria, dos sapateiros e
odreiros, como local de execução de uma escritura de emprazamento em 1493,[1] que
podemos interpretar como sendo a mesma instituição, embora não seja possível a
sua confirmação nos documentos compulsados.
Foi o Hospital de Santa Maria das
Mercês incorporado no Hospital de Todos-os-Santos,[2] cerca de 1503.
Parece que este hospital teve em anexo a
Albergaria dos Sapateiros, da qual já existe referência no ano de 1283,
localizando-a junto à rua dos Maçolgadores na rua dos Correeiros.[3] A
Albergaria também é referenciada com a localização na Rua de São Nicolau (?),
na freguesia com o mesmo nome,[4]
sabendo-se que existiu pelo menos até 1340.[5]
As diferentes localizações são difíceis de comprovar, faltando-nos claras
referências toponímicas do período estudado; tanto é possível ter a albergaria
mudado de localização como terem existido diversos nomes para designar o mesmo
arruamento em épocas diversas.
[1]
Mário Carmona, O Hospital Real de
Todos-os-Santos da Cidade de Lisboa, 1954, p. 54-55
[2]
Fernando da Silva Correia, Os Velhos
Hospitais da Lisboa Antiga, Revista Municipal nº 10, Câmara Municipal de
Lisboa, 1941, p. 10-11
[3]
Carlos Guardado da Silva, Lisboa Medieval
– a organização a e estruturação do espaço urbano, Lisboa, Edições Colibri,
2008, p. 282
[4]
IANT/TT, Chancelaria de D. Pedro,
Doc. 1128, fl 534, 1366 Agosto 19, citado por Carlos Guardado da Silva, Lisboa Medieval – a organização a e
estruturação do espaço urbano, Lisboa, Edições Colibri, 2008, p. 254
[5] Vieira da Silva, As
Muralhas da Ribeira de Lisboa, 2ª ed., Vol. I, Câmara Municipal de Lisboa,
1940, p. 160-161
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