Inicialmente eram os ourives da prata e
do ouro considerados como um único mester, consignado na lei desde 1211, tendo
sido determinado no século XIV que se estabelecessem na Rua da Ourivesaria. Já
no reinado de D. Afonso V, um alvará de 1460 concede-lhe o privilégio de
aferirem os pesos e balanças da cidade, como forma de suportarem as despesas do
hospital. Foi apenas em 1514, no reinado de D. Manuel, que se ordena a
separação dos ofícios do ouro e da prata, sendo os primeiros mudados para a Rua
Nova d’El-rei, o que motiva a mudança de designação para Rua dos Ourives do Ouro,
enquanto a permanência dos segundos no local inicial, modifica a toponímia da
rua para Rua da Ourivesaria da Prata ou Rua dos Ourives da Prata.[1]
Existe alguma confusão bibliográfica acerca do
Hospital dos Ourives. Enquanto alguns autores afirmam ter-se situado no Largo
dos Lóios um hospital fundado em 1272, pertencente à Confraria de Santo Elói
dos Ourives da Prata de Lisboa, não sendo certo que teria sido anexado ao
Hospital de Todos-os-Santos,[2]
outros situam-no na Rua do Arco do Rossio, incluída depois na Rua do Lagar do
Sebo, freguesia de S. Nicolau e afirmam ter sido incorporado no Hospital Real.[3]
[1] Leonor
Faria Calvão Borges, Directório Prático de José da Silva Gomes: leitura e
edição – Dissertação de mestrado em Paleografia e Diplomática, Faculdade de
Letras da Universidade de Lisboa, 1996, p. 2, em http://dited.bn.pt/30237/1229/1647.pdf
[2]
Leonor Faria Calvão Borges, Directório Prático de José da Silva Gomes: leitura
e edição – Dissertação de mestrado em Paleografia e Diplomática, Faculdade de
Letras da Universidade de Lisboa, 1996, p. 1, em http://dited.bn.pt/30237/1229/1647.pdf
[3]
Fernando da Silva Correia, Os Velhos
Hospitais da Lisboa Antiga, Revista Municipal nº 10, Câmara Municipal de
Lisboa, 1941, p. 10-11
Sem comentários:
Enviar um comentário